Agrotóxico até aqui?

O agronegócio é crescente no país, afinal de contas, Agro é Pop, né? Na produção em larga escala é inerente o uso dos defensivos agrícolas, responsáveis por acabar com as pragas e todo o restoQuando aplicados diretamente no solo, podem ser degradados por vias químicas ou pela ação de micro-organismos. Todavia, existem moléculas de alta persistência que permanecem inalterados no meio ambiente, podendo ser absorvidas nas partículas do solo, chegando ao lençol freático, e ainda carreadas pelas águas superficiais, chegando aos rios e lagos.

Essa problemática atinge a sub-bacia do rio Poxim, onde a vegetação nativa vêm sendo substituída pela agropecuária, com ênfase no cultivo de cana-de-açúcar. Essa bacia abastece aproximadamente 27% da cidade de Aracaju, sendo já detectadas concentrações de diuron e ametrina acima dos padrões internacionais para água destinada ao consumo humano no Rio Poxim-Mirim; o que torna a situação mais delicada - além da questão ambiental, é uma questão de saúde. 

Se essas moléculas não degradam no ambiente, o que acontecerá dentro do organismo humano? Imagine que esses agrotóxicos de baixa degradação atingem a cana-de-açúcar produzida no estado e são assimilados, mantendo-se no organismo de forma imutável, sendo somatizado a novas adições de defensivos. Esse fenômeno é chamado de bioacumulação. Agora imagine que essa cana-de-açúcar ou seus subprodutos vão parar na sua casa, na sua alimentação e nós, humanos, também não conseguimos excretar o poluente (ou o fazemos de maneira muito lenta). A acumulação desse tóxico será em dose muito maior ao ser passada pela cadeira trófica, é a chamada  biomagnificação.

Portanto, apesar do incentivo do uso desse tipo de produto no Brasil, que ocorre de maneira indiscriminada, é importante levar em consideração seus impactos.

Imagem ilustrativa do uso de agrotóxicos em plantações. Retirada do Pinterest.




Referências:

Britto, F. B.; Vasco, A. N. do; Pereira,  A. P. S.; Júnior, A. V. M.; Nogueira, L. C. Herbicidas no alto Rio Poxim, Sergipe e os riscos de contaminação dos recursos hídricos. Ceará, 2012.

CARAPETO, Cristina. Poluição das Águas: Causas e Efeitos. Portugal, 1999.


Agrotóxico até aqui? Agrotóxico até aqui? Reviewed by De Olho No Poxim on março 06, 2018 Rating: 5

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.